Entenda sobre a relação do trabalho com as doenças psicossomáticas

Muitas empresas sabem da preocupação em lidar com a saúde de seus profissionais. O ambiente profissional, muitas vezes, pode ser considerado potencial desenvolvedor de doenças psicossomáticas.

Mesmo que existam práticas no intuito de melhorar o clima organizacional, não é fácil lidar com fatores como pressão, prazos, relacionamentos interpessoais, metas, usabilidade de ferramentas. São inúmeras as causas que levam uma pessoa a exaustão mental.

A constante exposição a esse cenário prejudica de diversas maneiras a saúde do paciente, incluindo a saúde física. O estresse no qual o profissional é levado ao longo do tempo gera comórbidas e, consequentemente, o potencial desenvolvimento de problemas crônicos, que no pior dos casos, pode ocorrer o afastamento definitivo.

Se você já ouviu falar sobre a relação entre as doenças psicossomáticas e o ambiente de trabalho, mas não sabe totalmente o que significa, como evitar e quais são as melhores maneiras de apoiar seu colaborador, continue a leitura deste artigo. Aqui vamos te explicar o que você mais precisa saber a respeito.

O que são doenças psicossomáticas?

O primeiro ponto de tudo é entender o que significa realmente doenças psicossomáticas. Quando abordamos sobre esse tipo de patologia, estamos lidando com uma consequência de diversos fatores psiquiátricos e mentais que afetam o organismo humano.

E a diversidade das dores que uma pessoa acometida com doenças psicossomáticas torna o diagnóstico tão difícil. A medida que o paciente desenvolve a doença, diversas dores são desenvolvidas, o que leva o paciente a buscar diferentes especialidades para serem tratadas.

A grande dificuldade está pelo fato de não existir nenhuma explicação orgânica para o surgimento dos problemas. O que muitas vezes leva ao não tratamento correto da doença, sendo ignorado a causa e não evitando que ela permaneça.

Alguns exemplos de dores que o paciente sofre são: dores generalizadas, diarreia ou constipação, tremores das extremidades, manchas na pele, gastrite, insônia, falta de ar, entre outras. São diversas partes do corpo que sinalizam a exaustão mental e a falta de informação sobre as doenças psicossomáticas agravam os problemas sofridos.

Quais são as origens da doença?

Como adiantamos, esse tipo de problema está totalmente ligado à saúde mental. Um grande momento de trauma que muda drasticamente a vida de uma pessoa ou a exposição por um grande tempo a um clima estressante danificam o emocional, o que futuramente pode vir a ser a origem de uma doença psicossomática.

O controle das emoções, sentimentos, relacionamentos é fundamental para preservar a mente e quando um ambiente de trabalho não é favorável para essa manutenção, o profissional é levado ao extremo. Com isso, as emoções negativas interferem na coordenação cerebral, bloqueando o estímulo de substâncias e hormônios importantes para manutenção da fisiologia do organismo.

E é por esse motivo que as doenças psicossomáticas também são chamadas de somatização ou transtorno somatoforme. Isso significa que o ciclo vicioso acarreta gradativamente o corpo humano.

Um ambiente de trabalho não saudável, quando não controlado por seus gestores e equipes de recursos humanos, responsáveis por gerir a saúde corporativa, leva seus profissionais a distúrbios psicológicos. Além disso, fatores externos, de cunho pessoal, também podem reforçar os problemas mentais e agravar ainda mais as dores físicas.

Quais são as principais doenças psicossomáticas?

O organismo humano que se encontra em exaustão mental apresenta diferentes tipos de formas de estresse. Essas doenças psicossomáticas não apresentam nenhuma causa física, o que dificulta o diagnóstico do problema. Algumas das funções fisiológicas que demonstram os sinais do transtorno somatoforme, são:

- Sistema Nervoso: enxaqueca, dormências, formigamentos, alterações na visão, do equilíbrio corporal e motricidade e simulação de doenças neurológicas;
- Pele: coceira, ardência, irritações, acnes e outros tipos de problemas dermatológicos oriundos do sistema nervoso;
- Músculo e articulação: dores, tensão e contraturas;
- Dor de garganta: inflamação nas amígdalas e faringe, simulando gripe, virose e resfriado;
- Sistema Circulatório: palpitações, pressão alta ou baixa, dor no peito e sintomas que simulam o infarto;
- Sistema Respiratório: falta de ar e sufocamento, que também simulam doenças cardiovasculares, além das pulmonares;
- Sistema urinário: dor e dificuldade para urinar, simulando doenças urológicas;
- Estômago: dor, rejeição a alimentação, queimação, irritação, náuseas, gastrites e úlceras gástricas;
- Intestino: prisão de ventre ou diarreias;
- Dificuldades sexuais: diminuição libido, alterações no ciclo menstrual, impotência e dificuldade para engravidar.

São diferentes problemas que levam a procura de especialidades diferentes para tratamento. Infelizmente, no intuito de suportar o paciente, mesmo com o diagnóstico impreciso, leva o tratamento inadequado e até mesmo, o uso de medicamentos que competem a resolução de um problema psicossomático.

Qual o papel do RH no combate das doenças psicossomáticas geradas pelo ambiente de trabalho?

O RH é um departamento essencial para a manutenção do clima organizacional. Avaliar como está o ambiente e identificar fatores que influenciam na saúde mental do colaborador é o pontapé para criar esse tipo de cenário. Algumas questões como nível de comunicação, relacionamento entre líder e liderado, insatisfação com benefícios e salário, pressão por entregas são responsáveis por influenciar o trabalho.

E para que possamos desenvolver programas de qualidade de vida que visam melhorar a vivência dos profissionais em suas empresas, é necessário identificar e avaliar o ambiente. Pesquisas de satisfação e de clima, por exemplo, é uma ferramenta fundamental para conseguir fazer essa mensuração.

Assim como entender quais são as expectativas e as percepções existentes da empresa. Por exemplo, se existe uma visão de crescimento de cargos, melhoria dos benefícios como upgrade no plano de saúde, planos odontológicos, parcerias de desconto, jornadas de trabalho flexível, como o home-office, entre outros. São formas de tornar a satisfação do profissional maior e, a qualidade de vida no trabalho.

Outra responsabilidade do departamento é otimizar a comunicação na empresa. Esse tipo de preocupação permite que desenvolvamos a experiência e os relacionamentos interpessoais. Promover momentos de descontração e investir em ferramentas de comunicação são grandes exemplos.

As doenças psicossomáticas são um dos grandes desafios da medicina psiquiátrica. O ambiente de trabalho, que é o local onde profissionais passam horas do seu dia, pode vir a se tornar um fator degradador da saúde mental do paciente, o que é a grande causa-raiz desse tipo de problema.

Entre os pontos que destacamos, a melhoria dos benefícios está entre os principais planos de ação para otimizar o ambiente de trabalho. Aproveite para conhecer as soluções da Íons Benefícios e saiba como implementá-las na sua empresa agora mesmo!